HISTÓRICO

Jamais houve a idéia de um dia ser uma tradição. Nunca foi pensado escrever esta história.

Mas, devido ao carinho de muitas pessoas em desejar saber e tornar público a origem destas celebrações, por ocasião da 30ª Celebração juntamente com os 50 Anos da Paróquia em 2011 e em sinal de gratidão aos que colaboraram, os que ainda colaboram e em memória dos que já partiram, mas que tanto amavam esta celebração, este relato saiu da oralidade e foi redigido.

As celebrações de Nossa Senhora Aparecida na Igreja Matriz Nossa Senhora da Salete no Bairro Próspera em Criciúma-SC, teve início com o Grupo de Jovens Formação, devotos de Nossa Senhora. Das celebrações participavam também muitos pais.

Com o recebimento da imagem de Nossa Senhora Aparecida, por doação, a mesma de hoje, foi escolhida para padroeira do grupo de jovens e realizada uma celebração interna no dia 12 de outubro de 1981, primeiro Feriado Nacional, que até então não era.

Em virtude do recebimento da imagem de Nossa Senhora Aparecida, e o intuito de aproveitar o recente Feriado Nacional por Decreto Federal, dedicado a Padroeira do Brasil, pelo Presidente João Batista Figueiredo por ocasião da visita do Papa João Paulo II ao Brasil em 1980, pensou-se em aproveitar esse feriado. E assim surgiu a idéia de uma celebração maior, para o público: foi marcada para o dia 12 de outubro do ano seguinte, 1982. Teve como idealizadores e coordenadores: José Carlos Ricardo, Angelo Sulivam Dagostim, Henrique Fernandes e Alcides Ricardo. Tinham como objetivos: divulgar a devoção a Nossa Senhora; festejar a Excelsa Padroeira do Brasil por ocasião de seu dia; cultivar a religiosidade popular para com Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil; divulgar e estimular a fé Católica Apostólica Romana. Objetivos almejados até hoje.

A programação sempre se resumiu em dois momentos litúrgicos importantes: a Transladação Motorizada saindo de uma Igreja Matriz ou Capela, do outro lado da cidade, chegando a atual Praça da Chaminé, quando inicia a Transladação Luminosa chegando a Igreja Matriz Nossa senhora da Salete e, a Missa Solene com Consagração a Nossa Senhora Aparecida e Benção da Saúde com a imagem. Tudo como acontece hoje.
Os jovens tinham como uniforme uma túnica branca que foi usada num Congresso Diocesano de jovens na cidade de Imarui-SC, razão da influência no atual uniforme da Comissão.

A primeira celebração aconteceu no dia 12 de outubro de 1982. A transladação motorizada saiu da Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima do Bairro Cidade Mineira, sendo seu Pároco Pe. Carlos Wechi, o primeiro pregador. Antes da transladação chovia torrencialmente em Criciúma. Em baixo de chuva, todos molhados foram buscar a imagem. Foi pensado em cancelar a transladação. Mas, momentos antes do horário previsto da saída, às 19:00 horas, a chuva cessou e o céu ficou totalmente estrelado, a roupa secou e ninguém ficou doente. Esse fato levou muitas pessoas a considerarem um milagre o que já se repetiu outras vezes. Foi então que, chegou pela primeira vez transladada, a imagem de Nossa Senhora Aparecida, trazida por um caminhão Mercedez Benz, da então Carbonífera Próspera, dirigido pelo Sr. Henrique Fernandes, lotado com os jovens do Grupo Formação trajados em branco. Na chegada, grande número de fiéis, Irmandades Religiosas e Movimentos da Igreja com velas acesas, juntamente com a Banda de Música “Cruzeiro do sul”, esperavam em frente ao ex-bar “Minister”, muito conhecido, em frente a atual Praça da Chaminé, para iniciar o trajeto a pé até a Igreja Matriz que focou lotada de fiéis devotos.

Tendo em vista o sucesso inesperado, foi constituída uma comissão para dar continuidade as celebrações recebendo o nome de Comissão das Celebrações de Nossa Senhora Aparecida como é até hoje. Tendo o primeiro presidente Angelo Sulivam Dagostim. Como término do Grupo de jovens e contando com a compreensão do Pe. Manoel Francisco, a comissão continuou, sendo formada por devotos da comunidade.
Mesmo na época do Governo José Sarney, quando os feriados nacionais eram comemorados numa segunda-feira, a celebração de Nossa Senhora Aparecida sempre foi feita no dia 12, à noite. Os preparativos eram antecipados, uns conseguiam folga outros trocavam o dia de trabalho, mas ninguém faltava. Era um dia muito esperado.

Nas Missas, sempre em caráter solene, eram concelebradas e escolhido um Padre orador. Muitos Padres conhecidos e de renome do sul catarinense estiveram presentes. Contamos até com a escolta da Policia Montada de Santa Catarina, por duas vezes.
E, até hoje, a celebração de Nossa Senhora Aparecida continua. A mesma veneranda imagem, em seu andor sempre enfeitado de flores naturais, há muito tempo vem sendo transladada pelo caminhão do Sr. Baschirotto, que todos os anos, escolhe o melhor e mais bonito caminhão para realizar esse trabalho. Sendo muito conhecida, a celebração tornou-se uma referência mariana em Criciúma, com a presença de devotos de várias comunidades da região.

Atualmente, a Comissão das celebrações de Nossa Senhora Aparecida conta com 26 componentes, tendo como Presidente (Coordenador Geral) Angelo Valsechi e, com o apoio de seu Pároco Pe. Vilmar Moretti e colaboradores, continua sua missão.

Fonte: Arquivos da Comissão, relatos de testemunhas que viveram e guardam fotos e detalhes curiosos na memória.